Preconceito contra impotência é mais grave do que a doença


A impotência sexual ainda é vista como tabu por muitos homens, que se negam a assumir o problema e fogem do assunto e dos especialistas. Mas a disfunção erétil é um problema mais comum do que se imagina e, nem sempre, tem suas causas relacionadas a problemas físicos. Crises conjugais, o estresse do trabalho, dificuldades emocionais e até a própria cobrança podem atrapalhar bastante o desempenho sexual masculino. A chateação fica ainda maior quando se tem em vista o preconceito que cerca a doença. Por causa dele, muitos homens sofrem em silêncio e deixam de pedir ajuda a um amigo, a alguém da família e até dispensam os médicos. Uma pesquisa realizada pela Projeto de Sexualidade da USP indica que 70% dos pacientes com o problema nem pensam em buscar um especialista. "O preconceito é nosso maior inimigo, pois a doença, quando diagnosticada precocemente, é mais fácil de ser tratada" , afirma o urologista Evandro Cunha, do hospital de Brasília. Além da dificuldade de ereção em si, o médico recomenda uma consulta quando há alterações na duração e na freqüência. A falta de informação também faz com que muitos homens se acostumem com a doença e achem que os remédios que provocam a ereção bastam para resolver o problema (quando, muitas vezes, eles apenas mascaram o problema). O tratamento psicológico, muitas vezes, é suficiente para resolver os casos sem necessidade de medicação, já que o homem fica mais confiante. "Só ao decidir lidar com a disfunção, a qualidade de vida do homem já melhora", afirma o urologista Charles Rosenblatt, do Hospital Israelita Albert Einstein. Ele ajuda a diminuir suas dúvidas, esclarecendo as principais questões em torno da impotência.

1. Impotência sexual e disfunção erétil são a mesma coisa?


A disfunção erétil (DE) é a incapacidade de manter uma ereção suficientemente rígida e que dure o tempo necessário para permitir uma relação sexual. Impotência é um termo popular já não mais utilizado pelos médicos.

2. A disfunção atinge apenas homens na terceira idade?

Não, apesar do problema não ser comum nos homens mais jovens, ele começa a ter importância crescente a partir dos 40 anos. Estima-se que até 30% dos homens entre 40 e 70 anos sofrem de alguma forma de disfunção erétil. Vale lembrar que todos os homens, alguma vez na vida, têm dificuldade para atingir as ereções, especialmente em situações de estresse e cansaço, sob a influência do álcool ou quando diagnosticado com alguma doença grave.

3. Como acontece o diagnóstico da disfunção erétil?

O diagnóstico é feito a partir da história clínica e do exame físico do paciente. Exames podem ser solicitados, especialmente aos pacientes mais novos ou com problemas específicos. A primeira ida ao médico é, geralmente, o passo mais difícil. O médico precisa entender o problema, por isso, é importante que o paciente sinta-se à vontade e não esconder qualquer informação que possa afetar o tratamento.

4. O homem que fuma e ingere bebidas alcoólicas freqüentemente está no grupo de risco?

Sim, o uso de drogas (tanto lícitas como ilícitas) pode levar à disfunção erétil, porque elas agridem o sistema nervoso central e o sistema circulatório, responsáveis pela ereção. Também causam falta de libido e ejaculação rápida ou retardada. No caso do cigarro, o uso crônico diminui o calibre dos vasos sangüíneos (tamanho dos vasos que se contrai ou dilata) de todo o organismo, inclusive do pênis, o que pode levar ao problema.

5. O homem que sofre com ejaculação precoce tem mais chance de ter esta disfunção?

Sim, quem sofre de ejaculação precoce (também conhecida como ejaculação prematura ou rápida) pode desenvolver disfunção erétil no futuro, pois a insatisfação com a não realização da relação sexual adequada pode levar à DE psicogênica. Esta ocorre quando não se identifica qualquer problema orgânico que possa ser a causa da disfunção erétil.

6. Quais são as principais causas da doença?


Podemos citar três aspectos que ajudam no desenvolvimento da doença, são eles: problemas de saúde (como depressão, colesterol alto, diabetes e pressão alta); medicamentos (algumas fórmulas apresentam a disfunção como um dos efeitos colaterais) e hábitos nocivos, como a bebida e o fumo.

7. O problema tem cura?

Sim. Os medicamentos disponíveis para tratar a disfunção erétil, como a vardenafila (princípio-ativo do Levitra®), revolucionaram a história do tratamento da doença. Também existem injeções intracavernosas e próteses penianas. Muitos homens que sofrem de disfunção erétil são afetados psicologicamente, mesmo que a causa seja de origem física. Por isso, o aconselhamento psicoterápico pode ajudá-lo a superar o problema.


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