Cuidar do Alzheimer pra quê?

Por que os homens contam mentiras?




Não, não estamos falando só de adultério. As confissões masculinas surpreendem pela variedade. De dinheiro a carrinho de autorama e hora extra no escritório, eles mentem, omitem, inventam... Entenda por quê



Por que os homens mentem?
Uma coisa é mistério, outra é segredo.
“O primeiro é excitante, nos faz querer descobrir um pouco mais sobre a pessoa amada. O segundo normalmente envolve mentiras, que são negativas”, define o psicólogo junguiano Waldemar Magaldi Filho.

A questão, portanto, é: onde termina o direito de se resguardar e começa o risco de magoar a si mesmo ou ao outro? Se, por um lado, a deslealdade pode destruir o romance, por outro, a relação também perde quando homens e mulheres não conseguem ter momentos de solidão ou mesmo de diversão longe do parceiro.

"A relação deve ser uma união, não uma fusão. Neste último caso, o resultado é que não há mais espaço para a individualidade. Quando as partes se unem, mas permanecem íntegras, é possível criar um vínculo mais duradouro", opina Magaldi.

Nem todo segredo é uma mentira, mas, às vezes, os homens mentem com a maior cara lavada. Por quê? "Para esconder da mulher a sua vulnerabilidade",(SERÁ???) garantem os americanos Tim e Sheila Riter, consultores de relacionamentos e autores do livro DOZE MENTIRAS QUE O MARIDO CONTA A SUA ESPOSA (ED. UP). Para Magaldi, "muitos homens realmente têm dificuldade de aceitar que não são plenos nem perfeitos e escondem alguma característica que revelaria sua fragilidade. Temem ser repreendidos por isso". Eles também "criam versões" para fatos a fim de defender seu direito à privacidade, alegando que só querem manter a relação amorosa em paz e que, como a marcação da ala feminina é cerrada, precisa ser driblada. De todo modo, a vida secreta masculina abarca um pouco de tudo. Se alguns revelam falta de ética, demonstrando que há homens que não se importam com as parceiras, outros indicam que se importam até demais, não querendo perder a admiração delas. E há segredos com toque de rancor – os homens se ressentem do ciúme feminino e reclamam quando as mulheres querem mudá-los.

Melissa Diniz



Eu só sei que 2 é sempre complicado.

Só pra descontrair =p


A Partir da Mitologia: Uma Reflexão Sobre a Criação do Humano

No início era Caos. Tudo existia, mas não havia ordem. A fonte de todas as coisas pairava latente na natureza do Caos. Em um determinado instante uma ordem se manifesta e surge então a primeira divindade: Gaia, a Terra.

Há tempos o homem cria seus mitos, seus deuses, que refletem, (até hoje) a sua própria natureza, os sentimentos interiores, medos, desejos mais profundos, sempre acrescidos por elementos que remetem a existência à imortalidade e ao prazer e satisfação de cada sentimento e emoção (humana), que se torna divina.

Os mitos, as histórias criadas são em sua maioria de caráter atemporal, acontecimentos e personagens misturam-se sem o cuidado de datas e seqüências. O mesmo acontece com o inconsciente humano, que também age de tal forma, resgatando passados, confundindo-se com o presente.

No inicio mitológico, tudo era CAOS, e na natureza humana, é o caos que inicia as grandes manifestações, as descobertas de si e as revelações. O constante caos só se fará ordem à medida em que o homem é tomado pela “TERRA”, pela firmeza de suas idéias, de seus sentimentos, para começar a origem. Nietzsche, em seu livro Assim falou Zaratustra, diz que é preciso dar vazão ao caos para que a luz possa se fazer, ou seja, o caos é o início da criação, é o início de tudo. No dia-a-dia, a cada novo caos instaurado, caminha-se para a criação ou o surgimento de uma nova perspectiva, de um novo horizonte, um novo “deus (interno)”.

A criação, o caos, o desenvolvimento são sempre permeados por sentimentos e sentidos, desejos e instintos, que conduzem o ser na busca por si mesmo. Um desses sentimentos mais aclamados por cientistas, poetas, artistas e pessoas comuns é o AMOR, sensação que invade, que enlaça, que embriaga os amantes. Esse sentimento tão estudado pela ciência, pela filosofia, pela psicologia e por diversas áreas, ainda é fonte de grande mistério, e está presente em alguns dos mitos mais interessantes, principalmente na greco-romana.

Ao tentar entender esse sentimento, que trava uma batalha entre o bem e o mal, o homem cria mitos e histórias que fascinam e o exaltam. O que é o amor? Por que o amor? Os mitos, que foram criados para explicar (e aceitar sentimentos humanos) também fazem alusão ao amor, de formas diferentes, desde o mais fraternal ao possessivo e doentio, que leva a outros sentimentos e sensações que resultam, sem sempre em frutos doces.

Um dos mitos greco-romanos que pode ser citado é o de Ares (Marte para os romanos), que tem a paixão, o amor e a tragédia como marcas de sua história.

Ares apaixonou-se por Afrodite (Vênus para os romanos), a deusa mais bela do Olimpo, que era casada com Hefesto (Vulcano para os romanos), filho de Juno. Hefesto era o castigo das deusas a Afrodite, que obrigou o casamento entre eles, para puni-la pelo poder de sedução que ela exercia sobre os outros deuses do Olimpo.

Afrodite e Ares encontravam-se constantemente as escondidas até que Apolo (Sol para os romanos), o deus que tudo via, contou a Hefesto que sua mulher o traía. Hefesto então, confeccionou uma rede de ouro invisível e armou uma armadilha para os amantes. Quando foram consumar mais uma vez o adultério, Afrodite e Ares ficaram aprisionados ao leito e Hefesto trouxe todos os deuses para observar a vergonha de Afrodite. Ao serem libertados, Afrodite esperava que Ares assumisse o seu amor e mesmo expulsos do Olimpo fossem vagar pelos cantos da terra juntos. Porém Ares frustrou a deusa abandonando-a. Afrodite, a deusa do Amor, transformando seu amor em ódio, rogou uma praga para que Ares se apaixonasse por todas mulheres que visse, tornando-se assim um deus constantemente apaixonado e agressivo, que tomava as mulheres a força quando estas não cediam à sua sedução. A primeira mulher que encontrou e se apaixonou foi Aurora esposa de Astreu.

O masculino e o feminino, o amor e o ódio, a traição, a vingança e a inveja, sentimentos humanos são exaltados no “mundo dos deuses” e vividos por eles. Essa dualidade de sentimentos, a “fraqueza” que eles remetem são extremamente humanas e compartilhadas. Uma analogia, onde o amor de Afrodite e Ares pode representar o que é verdadeiro, mas que sofre as interjeições e intervenções das normas (sociais), que aqui são representadas pelo casamento e pela ira das deusas invejosas. Esse amor, que transforma e embriaga também causa dor e decepção, que distinguem homem e mulher mais uma vez, que separa a dualidade, e os coloca em lados diferentes, quase opostos, onde o desejo de ser amada, sob qualquer circunstância, leva a mulher a querer o amor sob sua forma mais plena, já o homem, não consegue assumir o amor que sente, repreende seus sentimentos, em razão das regras, das normas pré-determinadas, procurando recompensar o sentimento renegado, com paixões diferentes e menos profundas. Essas “posições” tomadas por masculino e feminino os colocam em patamares diferentes e as reações dos deuses não diferem em muito da reação do homem e mulher do mundo inferior do mundo humano.

Essa emoção enigmática e potente, que é o amor, desperta no homem um instantâneo fascínio, quase surreal. Um conceito (quase) mítico contado e cantado em imagens, versos e poemas. É sempre muito evocado, através dos séculos, nas mais criativas e diferentes formas. Registros singulares e marcas de encontros e separações o acompanham.

História de Hades também pode ser citada como exemplo de um amor, é verdade que é a história, talvez menos romântica entre todos os deuses da mitologia greco-romana, mas não menos importante para tentar entender a luta milenar do ser humano para aceitar seus sentimentos, seus desejos e instintos mais profundos.

Hades é o deus do inferno, conhecido como Plutão pelos romanos. Sua história traz uma ilustração dos sentimentos mais instintivos, sobre a dor e a morte, com base no amor.

Com a divisão dos reinos, os domínios do subterrâneo, o inferno, e tudo que se esconde, incluindo pesadelos e sentimentos de culpa pertencem a Hades. De seu reino, Hades ausentou-se apenas duas vezes. Numa dessas visitas fora de seu mundo, pediu a Zeus que lhe desse sua filha Perséfone (Prosérpina para os romanos) em casamento. A resposta de Zeus foi a de que a decisão cabia a mãe de Perséfone, Deméter (Ceres para os romanos). Deméter afirmou que necessitava de sua filha para a fecundação das plantas. Hades não se deu por vencido e aproveitando o momento em que Perséfone estava na Sicília colhendo flores, raptou-a utilizando o seu manto de invisibilidade. Quando Deméter percebeu o desaparecimento de sua filha, procurou Zeus que consultou ao deus que tudo via, Apolo, que lhe informou do ato de Hades. Deméter então prometeu provocar a escassez de alimentos até que sua filha voltasse, mas só aceitaria sua volta se esta não houvesse consumido alimentos no reino dos infernos. Hermes, o mensageiro dos deuses, foi chamado para descer ao reino de Hades e convencê-lo de devolver Perséfone. Mas já era tarde, ela tinha comido um grão de romã, ficando presa eternamente no subterrâneo. Hermes conseguiu convencer Hades a dividir sua amada com a sua mãe e esta a aceitar sua filha. Perséfone passou então a freqüentar o reino dos infernos durante o outono e inverno, a ajudar sua mãe durante a primavera e brilhar no Olimpo durante o verão.

Este mito remete aos sentimentos humanos relacionados a morte, aos pesadelos, as tormentas, as culpas, e ao amor que dilacera e separa. Uma vez experimentado o novo, o desejo, o sexo, mesmo em pequenas porções, como um grão de romã, prende ao desejo de descobrir e de aventurar-se em novos caminhos, deixando para trás a inocência do amor (o abandono da mãe, experimentando o alimento do inferno de Hades). Percebe-se o quão profundo os sentimentos, os desejos mais profundos conduzem a atos que nem sempre são aceitos ou esperados. É a eterna busca de satisfação do ser humano, através do desejo, do amor.

O amor passa de sereno a extravagante, dilacerador, provocador. É o momento em que o instinto e o sentimento se misturam e dão origem a reações imprevisíveis, impetuosas humanas.

O que foi dito até o momento é de um amor que envolve o ser e o outro. Mas além da dualidade, existe o amor a si próprio, a contemplação de si, que é um sentimento primário do homem, que leva a desdobramentos nem sempre tão aceitos pela sociedade, pela cultura.

Esse sentimento por si mesmo, remete ao desejo de crescimento, de aprimoramento, de aceitação, de grandeza, de paixão por si mesmo, e revela-se tão grandioso e poderoso, que por vezes é punido pela lei (castradora) social. A contemplação de si mesmo (o narcisismo) é por vezes associada ao egoísmo e ao desprezo pelo outro e pode ser bem ilustrada pela história de Narciso, que foi punido por sua autocontemplação.

Narciso era um jovem de singular beleza, filho do deus-rio Cefiso e da ninfa Liríope. No dia de seu nascimento, o adivinho Tirésias adivinhou que Narciso teria vida longa desde que jamais contemplasse a própria figura. Indiferente aos sentimentos alheios, Narciso desprezou o amor da ninfa Eco - segundo outras fontes, do jovem Amantis - e seu egoísmo provocou o castigo dos deuses. Ao observar o reflexo de seu rosto nas águas de uma fonte, apaixonou-se pela própria imagem e ficou a contemplá-la até consumir-se. A flor conhecida pelo nome de narciso nasceu, então, no lugar onde morrera.

O que pode pensar, (sem tentar ser conclusivo) mas apenas explicativo sobre o amor e a evolução do ser, é que o homem é entremeado pelo amor, sob suas várias formas e ações, que provoca o crescimento e o desenvolvimento da personalidade individual, o SER. A partir desse sentimento tão peculiar, a existência passa a ser criada e a idéia do outro a ser construída em si. O amor é base, é chão.

Não se pode esquecer da interferência do outro, que vem acompanhada da percepção individual que este outro tem dos sentimentos que também o compõe. Os sentimentos de si e do outro dão origem à nova formação ou desenvolvimento da nova percepção que cada um desses terá da realidade que estão inseridos, inscritos.

Ser homem, humano é demasiado complexo e por vezes pode ser bastante penoso, mas é sempre a partir dessas provações, desses obstáculos que o eu, que o ser é moldado. Conhecer-se, aceitar-se a partir de sentimentos, instintos, de si, do outro, é o caminho para o tornar-se.

O caminho percorrido em busca da formação do ser é permeado por todos os sentimentos que os mitos trazem consigo, amor, ódio, ressentimento, vingança, contemplação, inveja, sexualidade, desejo, instinto, sentimentos que o homem partilha da sua história com a dos deuses, e que, quase que inconscientemente, derramam sobre este, as expectativas de entendimento e de resolução de tais problemas, que o próprio homem é capaz de solucionar.

Vemos o quão são complexos o sentimento do homem de tornar-se SER, e a busca incessante por respostas, que por vezes, vêm ilustradas por histórias e mitos mirabolantes e cheios de efeitos que tentam criar uma ligação à vida cotidiana, mesmo que inconscientemente ou instintivamente.

Essa é a grande viagem do ser humano, a busca por si mesmo, a busca por explicações em suas próprias criações, sejam os mitos, na arte, na música, na ciência, seja na cultura que circunda e molda os passos desse árduo e longo caminho.

Lembrando Guimarães Rosa, que soube como poucos descrever esse sentimento de falta e eterna busca, o homem é um SER em busca de SI MESMO, através do outro e de si próprio (o eu e o outro):
“Viver é muito perigoso e carece de coragem.
Viver é muito perigoso porque ainda não se sabe.
E aprender a viver é que é o viver mesmo”.

Emanuelle Coelho

Poesia e Psicologia


“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo... ”

Fernando Pessoa